sábado, 19 de março de 2016

Céu de concreto - Maria Luiza Vasconcelos

        Hello, bom gente, eu não costumo fazer muitos contos, mas ano passado minha professora de redação pediu para que fizéssemos um conto, e foi esse que eu fiz, eu mudei o nome de alguns personagens, mas fiz o possível para que ficasse igual, e adoraria que vocês dessem opinião sobre o conto!




  1940. Acordei novamente entre aquelas quatro paredes cinzentas, lembro que quando acordava em casa podia ver a pequena borboleta da Lia ao lado da cama, não era realmente dela, mas aquela borboleta sempre estava lá quando acordávamos de manhã, Lia a considerava um bichinho de estimação. Ah como sinto falta de quando ela pulava na minha cama para ir à escola, mas agora ela está longe, bem acima de minha cabeça, eu espero. Lia partiu há exatas três semana e dois dias, tão jovem, tinha apenas oito anos. E, além de sofrer por sua morte, estou presa, fui culpada pela mesma. Lia morreu asfixiada com um travesseiro no rosto, quem mais poderia levar a culpa? Mas não conseguia acreditar que em plena segunda guerra alguém poderia ir até minha casa e me culpar por algo que não fiz.

        - Destiny Beaumont. - Ouvi o guarda chamar meu nome através de uma janelinha na porta, eu sou considerada "muito perigosa" para dividir a cela com outra pessoa. O guarda abriu a pequena janela para que eu fosse algemada. 

        - Você tem visita. - ele falou.

        - Já falei que a única visita que quero receber é a da Morte, para me levar para junto de minha irmã.

        - A culpa não é minha se você decidiu matá-la, ande, se apresse. - ele disse e começou a me levar para sala de visitas. Quando entrei lá estavam meu pai e Julianne, minha madrasta. Sentei a mesa, e, assim que o guarda saiu, falei:

        - Se vocês estão aqui para confessar o que fizeram com a Lia ótimo, se não já podem ir embora. 

        - Não fomos nós que a matamos. - Julianne falou e logo meu pai disse:

         - Ny, querida, eu amo muito você, e amava sua irmã, não acredito que possa ter feito uma coisa dessas com ela, mas ainda continuarei a amando e farei de tudo para que você saia daqui. - Ele não sabia que quem tinha feito isso foi à querida esposa dele, e não acreditava que ela poderia ter feito, mas acreditava que a própria filha poderia ter feito.

        - Por favor, vão embora, não quero ver vocês. - falei me levantando da mesa.

        - Espere querida, preciso falar com você a sós. - Julianne disse, e essa foi à deixa para meu pai sair da sala. Como ele realmente pode acreditar que me deixar com aquela bruxa vai ser bom?

        - Pare com isso sua pirralha insolente, não vê que ele não acreditará em você, ninguém acreditará – Julianne fala com a voz modificada. - você é só mais uma adolescente problemática que matou a irmã caçula. Eu precisava de algo para me livrar de vocês, e é bom que você fique de bico calado. Já foi difícil colocar as provas contra você, e se estragar todo o meu plano agora, você terminará como a parasita da sua irmã, com um travesseiro em seu rosto... - ela falou e se levantou, seguiu até a porta e saiu, antes enfiando a cabeça na porta e dizendo. - Adeus, querida, vejo você na próxima visita.
        
        Voltei para minha cela e fiquei olhando para o teto, como meu próprio pai não acredita em mim? Suspiro. Nunca poderei ver a borboleta de Lia novamente, nunca poderei ver a Lia novamente, nunca poderei olhar novamente o céu, terei que me contentar com esse céu de concreto. Um grande estrondo e então todos começaram a correr desesperados:

        - Eles estão atacando! - O guarda gritava. - Estão atacando!
        O guarda que abria sempre minha cela tinha fugido, então seria agora que me juntaria a minha irmã? Algo atingiu o prédio derrubando uma das paredes, me dando uma fuga rápida, não poderia ficar aqui para morrer, não hoje. Corri pelo buraco na parede e fui em direção ao infinito, ninguém estava preocupado se eu estava fugindo ou não. Afinal, eles não se importam com quem está preso nem em tempo normal, imagina com bombas sobre suas cabeças? E então, uma dor profunda percorreu o meu corpo, olhei para meu peito e vi o sangue escorrendo, outra vez a mesma dor, fui atingida no braço, tinha duas balas dentro de mim naquele momento, a única coisa que poderia fazer era esperar o inevitável. Deitei na grama do pátio com a cabeça para cima, estaria eu vendo o céu pela última vez? 
Tudo ficou escuro, e então...

        - Destiny, Destiny, acorde, vamos nos atrasar para a escola!

                                                                                      FIM


Obrigada por ler até o final, por favor deixem nos comentários o que acharam do conto, beijinho, LU!

Um comentário:

  1. Foi seu primeiro conto? Você escreve muito bem. Parabéns, ficou lindo. Mas fiquei curiosa com o final. Também queria ter uma borboleta para mim de estimação.
    Escreva mais contos. Você leva jeito para isso. <3
    Beijinhos - Fran

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