Hello hello, eu estava viajando de ônibus ontem (#pobre) e comecei a ter uma ideia pra esse conto. Bom, dia 26/10 eu e minha voz de papagaio com gripe vamos participar do Festival de Interpretes da minha escola e eu decidi cantar uma música que minha mãe cantava pra mim quando eu ia dormir, que, por nada mais que coincidência, se chama Luiza do Tom Jobim, então eu fui escuta-la pra poder saber o que fazer quando as pessoas estiverem me olhando, e então veio a ideia desse conto, lembrando que essa estoria veio da minha cabeça e não parece nem um pouco com a verdadeira Historia de Tom Jobim e Luiza. Espero que gostem!
A areia da praia já estava gelada quando comecei a caminhar,
as ondas fracas iam e vinham. Uma voz melodiosa começou ao longe:
— Rua
Espada nua
Boia no céu
imensa e amarela
Tão redonda
Lua
Como flutua
Vem
navegando o azul do firmamento e no silêncio lento
Um trovador,
cheio de estrelas.
A mesma canção se repetia. Precisava
saber de quem era tal voz tão melodiosa.
— Olá? Tem alguém ai? — Ninguém
respondeu, comecei a andar mais rápido pela praia, a voz ficando mais alta a
cada minuto. Então a vi. Uma moça em uma rocha no mar, seu longo cabelo
castanho boiava na água, e ela olhava para a lua e cantava.
— Olá moça, o que está fazendo na
água? — a moça não respondeu. — A senhora está perdida? — Sem resposta. Comecei
a entrar na água. — Meu nome é Antônio Carlos, mas todos me chamam de Tom. Qual
o seu nome?
— Luiza. — ela falou simplesmente e
voltou a cantar sua musica para a lua. Aproximei-me ainda mais de sua pedra, já
estava molhado até o peito quando senti uma movimentação na água.
— Acho que esse lugar é perigoso,
Luiza. Vamos, é melhor sairmos da água.
— Não vejo nada perigoso em minha
casa senhor, agora, se acha que algo poderá machuca-lo é melhor sair. — falou e
se jogou dentro da água, suas pernas voaram e quando encostaram na água uma comprida calda
de peixe azul surgiu. Fiquei atônito, sai da água e voltei para minha casa.
Na noite seguinte voltei a caminhar
na praia, Luiza estava lá novamente.
— Porque está aqui senhor Tom? — ela
me pergunta quando me aproximo de sua pedra.
— Sua canção não sai da minha cabeça.
Você não sai de minha cabeça.
— Então acho melhor me esquecer. — e
no outro segundo ela já estava novamente no mar sem fim e eu voltei para casa
ainda pensando em seu longo cabelo junto da luz da lua. Explodindo em varias
cores.
Na minha terceira noite caminhando
pela praia Luiza estava novamente em sua pedra. Entrei no mar e ela olhou para
mim.
— Não se cansa de todas as noites vim
atrapalhar minha canção? — Ela pergunta.
— Não, não me canso. Mas e você? Não
consegue cantar outra musica? Não consegue ir para outro lugar?
— Não, não consigo. E nem quero. —
Falou e voltou para sua canção.
— Vem cá Luiza, me da tua mão. Posso
te ajudar.
— Por favor, me esqueça. Vá embora e
me esqueça, ou eu mesma terei que fazer isso.
— Tens um coração muito gelado.
— E você tem um coração muito
sonhador. — Falou e pulou novamente na água.
Na quarta noite Luiza não
estava mais cantando na pedra. Nem na quinta. Nem na sexta. Parei de ir à
praia, e comecei a tentar seguir o seu conselho e esquece-la, mas apenas
consegui compor uma música.
Rua
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração
Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Me dá tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração
Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Me dá tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza
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