terça-feira, 4 de outubro de 2016

A Lua, o Mar e Luiza. Maria Luiza Vasconcelos

Hello hello, eu estava viajando de ônibus ontem (#pobre) e comecei a ter uma ideia pra esse conto. Bom, dia 26/10 eu e minha voz de papagaio com gripe vamos participar do Festival de Interpretes da minha escola e eu decidi cantar uma música que minha mãe cantava pra mim quando eu ia dormir, que, por nada mais que coincidência, se chama Luiza do Tom Jobim, então eu fui escuta-la pra poder saber o que fazer quando as pessoas estiverem me olhando, e então veio a ideia desse conto, lembrando que essa estoria veio da minha cabeça e não parece nem um pouco com a verdadeira Historia de Tom Jobim e Luiza. Espero que gostem!    







   A areia da praia já estava gelada quando comecei a caminhar, as ondas fracas iam e vinham. Uma voz melodiosa começou ao longe:

                — Rua

        Espada nua

        Boia no céu imensa e amarela

        Tão redonda Lua

        Como flutua

        Vem navegando o azul do firmamento e no silêncio lento

        Um trovador, cheio de estrelas. 

A mesma canção se repetia. Precisava saber de quem era tal voz tão melodiosa.

— Olá? Tem alguém ai? — Ninguém respondeu, comecei a andar mais rápido pela praia, a voz ficando mais alta a cada minuto. Então a vi. Uma moça em uma rocha no mar, seu longo cabelo castanho boiava na água, e ela olhava para a lua e cantava.

— Olá moça, o que está fazendo na água? — a moça não respondeu. — A senhora está perdida? — Sem resposta. Comecei a entrar na água. — Meu nome é Antônio Carlos, mas todos me chamam de Tom. Qual o seu nome?

— Luiza. — ela falou simplesmente e voltou a cantar sua musica para a lua. Aproximei-me ainda mais de sua pedra, já estava molhado até o peito quando senti uma movimentação na água.

— Acho que esse lugar é perigoso, Luiza. Vamos, é melhor sairmos da água.

— Não vejo nada perigoso em minha casa senhor, agora, se acha que algo poderá machuca-lo é melhor sair. — falou e se jogou dentro da água, suas pernas voaram e quando encostaram na água uma comprida calda de peixe azul surgiu. Fiquei atônito, sai da água e voltei para minha casa.

Na noite seguinte voltei a caminhar na praia, Luiza estava lá novamente.

— Porque está aqui senhor Tom? — ela me pergunta quando me aproximo de sua pedra.

— Sua canção não sai da minha cabeça. Você não sai de minha cabeça.

— Então acho melhor me esquecer. — e no outro segundo ela já estava novamente no mar sem fim e eu voltei para casa ainda pensando em seu longo cabelo junto da luz da lua. Explodindo em varias cores.

Na minha terceira noite caminhando pela praia Luiza estava novamente em sua pedra. Entrei no mar e ela olhou para mim.

— Não se cansa de todas as noites vim atrapalhar minha canção? — Ela pergunta.

— Não, não me canso. Mas e você? Não consegue cantar outra musica? Não consegue ir para outro lugar?

— Não, não consigo. E nem quero. — Falou e voltou para sua canção.

— Vem cá Luiza, me da tua mão. Posso te ajudar.

— Por favor, me esqueça. Vá embora e me esqueça, ou eu mesma terei que fazer isso.

— Tens um coração muito gelado.

— E você tem um coração muito sonhador. — Falou e pulou novamente na água.

 Na quarta noite Luiza não estava mais cantando na pedra. Nem na quinta. Nem na sexta. Parei de ir à praia, e comecei a tentar seguir o seu conselho e esquece-la, mas apenas consegui compor uma música. 

           Rua
           Espada nua
           Boia no céu imensa e amarela
           Tão redonda a lua
           Como flutua
           Vem navegando o azul do firmamento
           E no silêncio lento
           Um trovador, cheio de estrelas
           Escuta agora a canção que eu fiz
           Pra te esquecer Luiza
           Eu sou apenas um pobre amador
           Apaixonado
           Um aprendiz do teu amor
           Acorda amor
           Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

           Vem cá, Luiza
           Me dá tua mão
           O teu desejo é sempre o meu desejo
           Vem, me exorciza
           Me dá tua boca
           E a rosa louca
           Vem me dar um beijo
           E um raio de sol
           Nos teus cabelos
           Como um brilhante que partindo a luz
           Explode em sete cores
           Revelando então os sete mil amores
           Que eu guardei somente pra te dar Luiza
           Luiza
           Luiza

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